quinta-feira, janeiro 27, 2005

Geração Rasca ...

Decorria o ano de 1994 quando Vicente Jorge Silva, director do Jornal Publico, se referiu aos jovens como "a geração rasca" num célebre editorial. A designação logo ganhou uma exponencial projecção dentro dos seus congéneres e tornou-se moda entre a classe política. Os media tornaram a expressão num rótulo para sempre associado a nós jovens.

Acho que chegou a altura de emitir uma resposta na mesma moeda, em nome de todos os jovens.
Que moral tem a classe política para apontar o dedo seja a quem for? Alias, os erros do passado e do presente são sempre a consequência das vossas acções mediocres. As vossas lutas pelo poder, como cães que disputam um osso cobiçado, resultam sempre em odios, conflitos, instabilidade e crise. Quem paga? O Zé Povinho...

São as vossas disputas ridiculas que resultam nas crises e privações que vivemos. Atropelam-se numa ansia de poder, corrompem-se uns aos outros e matam-se uns aos outros (Sá Carneiro, Amaro da COsta, Sousa Franco). Quem sofre com as vossas lutas e os vossos erros? O Zé Povinho...

Que credibilidade tem a classe política embuida numa mediocridade colectiva para nos rotular como 'geração rasca'? Tantas vezes apelam para que o povo tenha uma visão crítica das coisas, mas então somos nós que dizemos agora para usarem essa visão critica e se analisarem a vocês mesmos. Olhem para vocês.Porque é que nos somos a 'geração Rasca'? Nós que somos controlados por vocês, e somos o resultado daquilo que vocês escolhem para nos e somos o reflexo das vossas gestões e políticas ruinosas.
NOS vamos as VOSSAS escolas aprender aquilo que VOCES escolhem nos programas de ensino e ainda pagamos por isso.
NOS somos controlados pelas VOSSAS instituições sociais, que estandardizam o nosso comportamento.NOS herdamos o país que VOCES nos deixaram. Porque é que somos NOS a 'geração rasca'?

SOMOS NOS que estamos a construir o futuro.
SOMOS NOS que pagamos as vossas crises.
SOMOS NOS que corrigimos os vossos erros.

O que nos somos e o que nos temos é tudo aquilo que voces nos deixaram, tudo aquilo que voces quiseram que nos nos tornassemos.Antes de nos apontarem o dedo olhem para voces próprios.
A vossa cassete é sempre a mesma: ai...voces nao sabem o valor da liberdade. ai...voces nao sabem o que é ir para a guerra.ai...voces nao sabem o que é a censura.
A censura sabemos. A censura é o que voces fazem quotidianamente ao nao nos deixarem ter o nosso modo de vida. Ao tentarem impor-nos o vosso. Ao nos chamarem 'geração rasca' quando nos o que fazemos é apenas querer viver da nossa maneira.

Damos-vos o valor pela coragem de um 25 de Abril. Mas condenamo-vos pela gestão ruinosa do país no pós 25 de Abril. 25 de Abril foi Revoluçao ...nao evolução!!Foi o 25 de Abril que vos permitiu construir um país para nós. Um novo sistema, uma nova ordem, uma nova vida.Assim, nos, a geração dos filhos de Abril herdou o país que voces criaram para nós, os políticos e as políticas que voces escolheram para nós.Nao nos façam pagar pelas vossas frustrações, pelos vossos erros, pelas vossas gestões ruinosas.

Nos somos o que voces nos deixaram.
Os vossos erros são as nossas realidades.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

A queda do Governo.

Pecou por tardia a decisão de Jorge Sampaio de dissolver a Assembleia da República e assim convocar eleições antecipadas. A decisão do Presidente da Republica veio no seguimento da demissão do Ministro do Desporto, Juventude e Reabilitação, Henrique Chaves, a 28 de Novembro. Acusando o Primeiro-Ministro, Pedro Santana Lopes, de falta de lealdade e verdade, Chaves demitiu-se dias depois de assumir o cargo. Esta atitude constituiu o momento decisivo para orientar a avaliação do Governo efectuada pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, que dissolveu o Parlamento a 30 de Novembro, convocando eleições antecipadas.

Sampaio entendeu oportuno, e pela gravidade das acusações de Chaves dissolver o Parlamento. Dias antes, Morais Sarmento declarava à imprensa que este 'cenário é virtual'. A decisão de Sampaio teve, no entanto, outras motivações. A grave crise económica que abala o país, a crise de confiança nos governantes e dos investidores foram outros dos motivos. Sampaio recebeu em Belém os principais economistas para se inteirar do estado económico da nação e o que há a fazer para contornar a grave crise em que o país se encontra mergulhado. A demissão de Marcelo Rebelo de Sousa de comentador e analista político da TVI e a demissão de José Rodrigues dos Santos de Director Informativo da RTP foram outros dos motívos polémicos que levaram à decisão de Sampaio de dissolver a Assembleia da República.

Durão Barroso abandona o Governo e o país para Presidir à Comissão Europeia, criando um vazio de poder e agravando a crise política no nosso país. Na altura a resposta de Sampaio foi no sentido de manter as estruturas democraticas. Convocou o Conselho de Estado e ouviu ainda todos os partidos com assento parlamentar e optou por manter o governo de coligação PSD/PP. Santana Lopes surge assim, assumindo o cargo de Primeiro Ministro, sem que para isso tenha sido eleito pelos Portugueses pois apenas o foi pelo congresso extraordinário do seu partido; e Paulo Portas que vê o seu papel, preponderância e poderes reforçados.

Em caso paralelo, o Primeiro Ministro do Luxemburgo recusa antes de Durão Barroso o convite para presidir à mesma Comissão Europeia por considerar que não deve desrespeitar o compromisso assumido com a população de 500mil Luxemburgueses que o elegeram Primeiro Ministro. O Luxemburgues não aceita por se encontrar vinculado ao compromisso com 500 mil, mas Barroso, que tem responsabilidades perante 10 milhões aceita ...

Perante a situação de grave crise que atravessa os varios sectores da ecónomia e os bolsos dos portugueses, Mario Soares afirmou mesmo que se Portugal não estivesse integrado na União Europeia, já há muito se teria dado um golpe de Estado...

Pecou por tardia a decisão de Sampaio que deveria ter sido, logo na saida de Durão Barroso de convocar novas eleições para preencher o vazio governativo que se abriu.

Errou Sampaio, que com a primeira má decisão custou 3 meses ao país,
Errou Durão Barroso
Santana Lopes foi vítima. Herdou um país à beira do colápso económico e sem hipotese de ser salvo pela estrutura que encabeçou já insegura à nascença.

Com a dissolução do Parlamento, têm a palavra os Portugueses em Fevereiro próximo nas eleições antecipadas.

domingo, janeiro 16, 2005

Bush ícone PUNK!

A história diz-nos que a emigração do Punk para as terras do tio sam lhe fez perder a mais bela das componentes com o tempo... ou seja, a parte que o torna um fenómeno cultural e social: A CRITICA social, económica e política.

O punk, como producto histórico que é mantem-se vivo, pois claro, mas victima das adaptações e do desenrolar do dia a dia e da historia. Hoje em dia o punk tem sido pouco mais que uma forma de estar na vida, uma postura de rebeldia e de inconformismo com o institucionalmente e socialmente preconcebido, mas repare-se que a veiculção dessa atitude tem sido feita de uma forma cada vez mais manipulada pela maquina musical e os media, daí que as bandas punk que se têm projectado e vemos na televisão são nada mais que autenticos posers que criticam tudo e afirmam viver numa postura anti-social mas afinal é so roupas de marca, atitudes ensaiadas e vai tudo comer ao macdonalds. (Blink182, sum41, new found glory, entre várias...)Mas apesar desse mainstreamismo no punk o fenomeno mais old skool (a nivel ideológico) foi-se mantendo e continua, apesar da sua roupagem musical ser hoje em dia identica a da punk mainstream.

Apesar de poucos devo lembrar que a pelémica contra presidentes dos E.U.A e governadores de estados tem estado viva, mas claramente em decrescimo a medida que os anos passam. Temos tido casos lindo de ódios de estimação, por exemplo os Suicidal Tendencies de Mike Muir no seu album Freedumb apresentam uma musica intitulada Reaggan go home! e já em albuns anteriores tinham temas como war inside my head ou join the army(the suicidal army) temas que hoje voltam a ter uma actualidade brilhante. Outro caso, este mais especifico é dos Agnostic Front que foram proibidos de tocar em Nova Iorque devido ao seu album Riot Riot Upstart, em que a musica inicial se chama New York Police State e acaba com o Sr.Roger Miret em raiva a gritar: Giulliany fuck you, DIE! (ex governador do estado de Nova Iorque).Estes foram pois pequenos fogachos criticos dentro de uma acalmia interventiva do punk, como expliquei, mas houve um acontecimento que mudou tudo...a eleição do Presidente Bush. Os E.U.A estão completamente ao rubro a nivel musical do punk. Para os apaixonados do fenomeno, como eu, esta-se a assistir ao comeback ideologico e interventivo do punk. Por todo o lado novas bandas surgem com mensagens claramente anti guerra e anti bush...mas numa escala que nunca tinha visto na América.

O grande exemplo disso são duas bandas que se encontravam ja numa linha descendente e de pre-reforma que era o caso dos NOFX. Os NOFX já passaram os 30 anose já estavam na parte acentuada da curva descendente da sua carreira e de repende face a isto, aqueles que são para mim os reis do Punk, voltaram com uma força inedita a carga com o album 'War on errorism' que tem nada mais nada menos que o senhor bush na capa pintado de palhaço e TODO o album é anti-Bush. Estiveram em Portugal em concerto e todo o pavilhão estava decorado com bandeiras americanas com o sr.Bush pintado de palhaço, e tocaram temas como 'Franco un-american' e o novo hino anti-bush:'the idiot son of an asshole' ...simplesmente perfeito! Fat Mike, lider dos NOFX, dono da editora agora mais representativa do punk, a Fat wrec chords (trocou com a Epitaph) lançou por todo o mundo mais uma tour das grandes bandas desta editora em que estavam os Mad Caddies, Rise Against, NOFX, Swinging Utters e Real McKenzies entre ontes... e o nome desta tour é nada mais que Rock Against Bush.

Mas toda esta revolução de consciencialização foi infrutífera...os EUA continuam de olhos fechados, subjugados pelo poder dos media controlado pela Casa Branca e pelos Republicanos. Mantem-se o fascismo na America.

...e assim vai a 'land of the free'

sábado, janeiro 15, 2005

Espanha. Nação ou estado de várias nações?

2005 será um ano chave para a continuidade de Espanha como estado unificado de matriz integracionista, como vimos, muito motivada pela constituição de 1978. À medida que o tempo passa vai crescendo um desejo independentista nas várias autonomias. Multiplicam-se as vontades por uma identificação nacional por parte de algumas autonomias. Em Euskadi, País Basco a história de conflito e acção armada da ETA continua a estar na ordem do dia. A ETA é uma organização separatista basca que, por via do uso da força e acções bombistas reivindicam a total autonomia do País Basco, sua completa soberania e que lhe seja reconhecida oficialmente a nacionalidade. O Batasuna, por ser a extensão política no parlamento da ETA com considerada ilegal em Março de 2003 por deliberação do Supremo Tribunal espanhol. Em sua substituição surgiu o Bloco ‘Sozialista Abertzaleak’ (SA). Este fenómeno não é específico de Euskadi, também na Galiza se encontra activo o movimento ‘Galicia Libre’, se bem que com formas diferentes de reivindicação do seu congénere ETA, visto este movimento galego se pautar por acções sociais, de rua, manifestações, boicotes e vários tipos de sensibilização para a sua causa. Também na Catalunha existe aquele que a par dos Bascos é o mais insistente grupo nacional-separatista. Os políticos catalães exigem mesmo uma alteração constitucional nos capítulos mais integracionistas e no que toca a soberanias. A Catalunha é o motor económico de Espanha e um dos maiores focos de arte e cultura de todo o território, passando pela musica, arte, espetáculos e obras públicas.

No final de 2004, no mês de Dezembro, o Parlamento Basco aprovou aquele que é conhecido como o ‘Plano Ibarretxe’. O Plano Ibarretxe surge após uma mensagem festiva do Rei Juan Carlos, um dos responsáveis pela transição espanhola para a democracia depois da morte do ex-ditador Francisco Franco em 1975; em que exultava a defesa do espírito integrador da constituição de 1978 e de uma Espanha unida e consiste na revisão e alteração dos estatutos de comunidades autónomas:"Uma Constituição de incalculável valor para que a Espanha siga progredindo unida, na democracia e em liberdade", O Plano Ibarretxe, que leva o nome do chefe de governo regional basco, Juan José Ibarretxe, tem como objectivo substituir o estatuto de autonomia vigente segundo a actual Constituição. Será submetido a referendo no País Basco depois das eleições de maio, mas antes será votado nas Cortes Gerais de Madrid. O Plano Ibarretxe outorga mais competências ao País Basco - que ao lado da Catalunha conta com uma autonomia muito ampla - em segurança social, fiscalização e Justiça, além de introduzir a nacionalidade basca.

A Constituição de 1978 encontrou uma solução original para a diversidade da Espanha, criando não um Estado federal, que implica a igual distribuição de competências pelos federados, mas um Estado de "autonomias assimétricas". As comunidades históricas têm privilégios excepcionais. As outras são simples regiões.
A principal ameaça ao modelo é o nacionalismo. Escreveu o catalão Francesc de Carreras: "O motor que orienta estas mudanças estatutárias é, sem dúvida, a ideologia nacionalista, a qual considera que toda a nação, entendida no sentido histórico e cultural, deve ter Estado próprio e independente dos demais. (...) A autonomia não é uma finalidade em si mesma, mas um degrau mais numa escada cujo último lanço deve ser a soberania plena."

O aviso veio em Julho de 1998, com a Declaração de Barcelona, em que nacionalistas bascos, galegos e catalães reivindicaram largos poderes a Madrid, seguida do Pacto de Lizarra (Setembro) em que a ETA e o Partido Nacionalista Basco (PNV) criaram uma frente nacionalista, dilacerando o Euskadi e abrindo o confronto com o Estado espanhol.
Desenhava-se uma estratégia comum para esvaziar o Estado espanhol, a partir de baixo, pelas autonomias, e a partir de cima, pelas instituições supranacionais de Bruxelas. Escreveu a ETA no documento justificativo da trégua desse ano: "A Europa está a construir-se com um espaço político, social e económico e um centro para as decisões principais passando por cima de Madrid e Paris, (...) dos Estados que nos subjugam."
Durante os seus dez anos de poder, o PP de Aznar optou pelo imobilismo. Tinha uma ideia centralista de Espanha mas sabia que era inevitável mexer nos estatutos. Foi o terrorismo da ETA que lhe permitiu adiar o debate autonómico.
Zapatero escolheu a via inversa. Na cerimónia de investidura no Congresso dos Deputados, a 15 de Abril, anunciou a revisão dos Estatutos, com duas condições: o respeito da Constituição e a formação de largos consensos, impedindo "que sejam elementos de fractura, confrontação ou divisão no seio da comunidade". Excluía assim o plano Ibarretxe e apostava na via constitucionalista da Catalunha, prevista para 2005.

O cenário ideal de Ibarretxe seria a aprovação do plano sem maioria absoluta, o que o impediria de ser levado ao Congresso e lhe dava uma arma eleitoral: o PNV acusaria a ETA de inviabilizar o plano, para lhe retirar mais eleitores e ganhar a maioria absoluta. Era também a opinião dos analistas, dada a condenação do plano pela ETA.
A decisão da ETA, tomada há meses e mantida em segredo aos militantes, terá surpreendido Ibarretxe uma vez que o Bloco SA votou o Plano Ibarretxe e imediatamente assumiu o confronto directo com Madrid, negando a legitimidade do Congresso espanhol e recusando os limites constitucionais. Na forma actual, o plano será ainda um factor de violência, confrontação e segregação entre bascos - nacionalistas contra não nacionalistas. A polarização social vai crescer até às eleições. Ibarretxe pode ter desgostos: Álava ameaça abandonar o País Basco. À beira do colapso "militar", a ETA obtém uma vitória política, condicionando a estratégia do PNV.

Ao contrário, a Catalunha prepara uma revisão que respeita a Constituição e procura o consenso das forças políticas e da sociedade catalã. Aqui o problema é outro. Diz a "El País" um dirigente socialista: "O Estatuto catalão não pode ser aceite sem mais no Parlamento espanhol, porque afecta toda a Espanha e deve ser discutido por quem representa toda a Espanha." As regiões menos ricas têm interesses opostos aos de Barcelona.

Por fim, o desafio basco passou a dividir os catalães. A Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, independentista) prepara uma escalada reivindicativa, apoia Ibarretxe e faz chantagem sobre Zapatero, ameaçando retirar-lhe o apoio no Congresso.
Toda esta problemática lança Espanha numa frenética dúvida e indecisão. Começam a notar-se manobras de bastidores por parte de governantes das autonomias numa estratégia clara de tomar posição neste braço de ferro que começa a agitar a Espanha. Os partidos políticos dividem-se neste caso. Enquanto a ala esquerdista opta pela revisão do estatuto das Comunidades Autónomas e soberania, a ala da direita esforça-se por manter a todo o custo o espírito unificador da constituição e segurar unificadamente uma Espanha cada vez mais a fragmentar-se como uma manta de retalhos.
Uns, a maioria, querem melhorar os estatutos (descentralização), outros querem mudar de estatuto (soberania). Não é seguro que se entendam. Interroga-se Soledad Gallego-Diaz em "El País": "Aceitará a Andaluzia que a Catalunha seja uma comunidade nacional enquanto o seu estatuto fala apenas de comunidade autónoma? E que fará Valência?"
O basco Jaime Mayor Oreja, dirigente do PP e antigo ministro de Aznar, faz um ataque frontal ao PSOE e a Barcelona, denunciando a tentativa de uma "segunda transição". Especifica: os socialistas "dizem não ao plano Ibarretxe para enaltecer a segunda via de ruptura da Constituição, que é o projecto Maragall na Catalunha".
Questão decisiva é a possibilidade de acordo entre os grandes partidos. Foi o pacto antiterrorista que permitiu a unidade do Estado no combate à ETA. Uma mudança no figurino das autonomias exige largo consenso.

Zapatero está comprometido com a revisão do Estatuto catalão, a que a maioria do PP se opõe e a que muitos barões socialistas resistem. Pior: ambos os partidos têm um "handicap". Ao PSOE falta a maioria absoluta, o que o coloca nas mãos da Esquerda Unida e, sobretudo, da ERC. O PP atravessa uma fase de fraqueza e está dividido, o que é mau para negociar. Se se digladiarem, a revisão autonómica poderá sair fora do controlo, ou ser congelada. Para o prevenir, Zapatero separou o debate autonómico da revisão constitucional, que entre outras coisas deverá transformar o Senado numa assembleia territorial, representativa das autonomias. A dinâmica em curso pode, no entanto, levar à fusão dos dois momentos e abrir a caixa de Pandora: escaladas nacionalistas produzem sempre uma reacção "espanholista" …imprevisível.
Caminhará Espanha para um desmembramento como estado uno? Cairá a constituição de 78? Será o federalismo opção? Este ano prevê-se decisivo e todas as perguntas parecem conhecer em breve uma resposta. Mas é indesmentível o crescente grau de independência das regiões e Comunidades Autónomas e um caminhar progressivo na direcção do aumento da sua soberania e separação do poder central. Em função de marcas artísticas, sociais, culturais - e nos casos Basco e Catalão, linguístico parece sustentado um caminhar em direcção à nacionalidade parcial e em ultimo caso total. O poder económico catalão refere mesmo que numa altura de sublevação da Europa cabe a autodeterminação social, política e económica de cada estado, que a Catalunha nada pode fazer ao encontrar-se subjugada em Espanha.