sexta-feira, setembro 25, 2009

Resposta à direita

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Subject: Para todos os meus caros que pensam em votar no BE...
Date: Fri, 25 Sep 2009 17:17:55 +0100



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Que interessante é perceber o pânico da direita ao BE.

Realmente o que o texto transparece é uma lista de interpretações próprias com bastante fundamento, diga-se, de afirmações soltas de Francisco Louçã mas que não sao sustentadas com a confrntação com o programa do BE, daí que não passem de interpretações tão convenientes por ora.



Este discurso, não chega, apesar de tudo à demagogia pura, visceral e inqualificavel a que se tem dedicado Nuno Melo, Paulo Portas e Teresa Caeiro nos últimos dias de campanha, mostrando assim o seu total desespero por não atingir a meta dos dois digitos.



Refere o trio, do alto da sua desonestidade intelectual, manipuladora da opinião pública sustentada por um discurso inflamado e demagógico que o BE quer nacionalizar tudo à imagem do que se passou no verão quente. Ridículo.

Dizem ainda que um jovem investigador não pode registar a patente de uma descoberta ou invento que tenha criado. Ridiculo.

Mais, que o BE pretende acabar com os ricos e atacar as mPME's e a classe média. Sem palavras ...



Mas vamos então explicar por pontos:



-Começo pela GALP e traço já a comparação com a EDP e a empresa Águas de Portugal.

O BE defende a nacionalização APENAS de sectores estratégicos e de interesse público. GALP e EDP são parte de um desses sectores, o sector energético que é uma das prioridades a nacionalizar. Só estas duas empresas apresentam um lucro de MIL MILHOES DE EUROS. O numero assusta, pois assusta, e é um numero que em nada contribui para os cofres do estado nem para o bolso dos portugueses. Numero que de per si, poderia pagar novo aeroporto, TVG e ainda equilibrar as contas da Segurança Social, mas enfim, a direita e o PS entendem que é preferível que fique no bolso de Eduardo dos Santos e de Américo Amorm, que esses sim é que fazem aumentar a qualidade de vida dos portugueses.

A EDP antes de ser privatizada apresentava prejuizos, e bem me lembro dos compradores dizerem na altura que a electricidade em Portugal é um negócio que não dá lucro. Então, atentamente e preocupado com estes investidores, o Estado decidiu aumentar os preços da luz e ainda para facilitar as dispendiosas operações de levar a luz a certas aldeias ou ajudar à conservação de barragens o estado criou as parcerias publico/privadas. Dizem as empresas que é muito caro levar a luz a determinados pontos do país e muito oneroso fazer a gestão de barragens, e ALEGAM o interesse público para receber fundos do estado e ultrapassar essas despesas. Assim apenas tem de fazer contas ao lucro das nossas contas da luz tão aumentadas enquanto o estado continua a fazer o papel de parvo, arcando do seu bolso com as despesas infra-estruturas. Brilhante. Por isso é que são pessoas do PS e PSD a frente de conselhos de administração de EDP, GALP e outras ...tanta promiscuidade afinal enche bolsos a muita gente e faz jeito a ainda mais. Ou ainda Basílio Horta do CDS, presidente da Agência para o Investimento e Comércio de Portugal (AICEP Portugal Global), entidade responsavel por escolher (A DEDO) o investidores a fixarem-se, em que lugares, em que ramos e com que projectos e com que preços e com que contrapartidas para o estado no nosso país. Que conveniente...

A água é um bem público, é um bem essencial, de TODOS, mas que dentro de 5 meses será apenas de alguns e transitará para a mão de privados, bem como todas as infra-estruturas (cisternas, poços, minas de agua, centrais de tratamento e recolha, centrais elevatórias, depósitos, etc...). Diz a direita que é importante privatizar a água que tanto prejuizo dá ao estado. Mas não é um serviço público que o estado presta? Não é uma garantia que temos que seja o estado a fazer-nos chegar a água a nossas casas e garantir que todos tenhamos o acesso livre e com igualdade à água? Ninguem espera que levar água a alguns pontos do país onde ainda não há dê lucro pois não? Ou que preços baixos para estar disponivel para todos dê lucro pois não? ...mas tal como na luz e na saúde, tambem neste caso as parcerias publico/privadas vão ser determinantes para o lucro da Aguas de Portugal ...era o que faltava os privados pagarem as condutas e as obras para levar água às aldeias de trás-os-montes. Que pague o estado, não é? Então afinal os privados é só para terem lucros para eles?

Afinal isto tudo é para continuar o carrossel entre os partidos políticos e os políticos à frente das grandes empresas?

A direita pretende baixar os impostos ...claro, se o estado tem cada vez menos responsabilidades e afasta-se para permitir a entrada privada, assim não é necessario qe todos paguem tanto. Medida fácil.



-Vamos ao ponto que tanto indigna a Teresa Caeiro. Diz no programa do BE (a semelhança da constituição portuguesa) que o ensino PUBLICO deve ser tendencialmente gratuito e não ter propinas. Pois para isso é necessario que os lucros astronomicos de determinados sectores que deviam ser do estadoe que são dos privados voltem para a esfera publica. Depois quem quiser estudar no ensino privado e agar as suas propinas que o faça. Posto isto, indigna-se a Teresa Caeiro que um jovem investigador tenha de ceder a patente da sua descoberta ao estado. Dentro desta lógica manipuladora sem escrúpulos e demagógica, a Teresa (desonestamente ou involuntariamente) omitiu parte importante do texto. A parte em que diz que se essa investigação for feita numa universidade PUBLICA, subsidiada com dinheiros PUBLICOS e que recorreu ao longo da investigação a recursos PUBLICOS, deve naturalmente ser propriedade da instituição publica e do estado. Parece-me lógico. Porque não o fizeram numa universidade privada? Se for feita em ambiente privado será logicamente da propriedade que contratualmente for definida entre o privado e o investigador antes. Mesmo aqui duvido que o investigador fique com a patente. Podem dizer que contribuimos com as propínas. E estão certos, mas o BE é contra as propínas e a favor de um ensino livre porque o ensino é uma reponsabilidade do estado. Daí que não defenda uma redução de impostos, senão não haveria dinheiro para todas estas coisas que os analistas da direit classificam de utópicos...



-Por fim, e recorrendo-me aos mesmos argumentos da direita, se o BE quer acabar com os ricos, a direita quer acabar com os pobres ...literalmente. Na realidade o BE não quer acabar com os ricos, pretende sim taxar justamente os ricos, e exercer maior controlo sobre as grandes fortunas, acabar com o sigilo bancário para que se investiguem os offshores e se acabe com a impunidade e toda a sem vergonhice dos grandes capitalistas, para que no final de contas haja mais igualdade social. Igualdade social sim ...que é este o objectivo do BE, e não aumentar (ainda mais) o fosso entre ricos e pobres que a direita tenta fazer. Justifica-se a direita, dizendo que pretende acabar com o rendimento minímo (bandeira do CDS). Propoem estes que quem não trabalha não possa auferir do rendimento minímo. O rendimento minimo foi criado como uma medida de grande solidariedade que permite que o estado contribua financeiramente para aqueles que não podem trabalhar por não poderem ou por a sociedade não lhes permitir trabalhar. Depois admiram-se de na rua lhes chamarem racistas. É que quem recebe o rendimento mínimo em esmagadora maioria são os imigrantes e os ciganos!!! Será que na GALP e na EDP têm lugar para os angolanos da cova da moura ou para os ciganos do Porto? Em que empresa é que lhes qerem oferecer trabalho. Só não percebe a figura do rendimento mínimo quem não quer perceber ou quem de facto quer acabar com os pobres e expulsar do país xenofobamente os imigrantes e os ciganos... Parece que os ricos da direita são afinal um pouco pobres de espírito ...

O BE sabe que a maioria do emprego é gerado pelas mPME's daí que tenham de ser incentivadas, mas não que lhe permitam impunidade. Mas quem defende afinal os trabalhadores? Este codigo de trabalho para quem tem empresas, é dono do seu lugar e dos seus meios de produção é indiferente. Mas para quem é precario, está a recibos verdes toda a vida e saltita de 6 em 6 meses de posto de trabalho é uma brutalidade social. Assim pretende-se camuflar o desemprego (sem sucesso como mostram os numeros) e no fundo as empresas conseguem ter funcionarios a quem pagam apenas 300 a 500 euros sem precisar de passar aos quadros e pagar mais nem precisam de lhes pagar a segurança social ...fantastica medida. Nem o Bagão tinha ido tão longe... (volta Bagão estás perdoado)



Escrevi este texto para aqueles que ouvem as barbaridades da direita a atacar as ideias certas com argumentos mentirosos e desesperados. Para aqueles que acham que votar CDS, PSD ou PS é a melhor solução para o país. Mas é como tudo. Cada um nas suas convicções.




Ricardo Martins - Libelinha !!

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quarta-feira, julho 01, 2009

Politica à portuguesa

"Em Portugal todas as pessoas competentes, honestas e de boa fé estão alheadas: não apostam na vida pública porque são enxovalhadas e ultrapassadas por medíocres. O problema é que só elas poderiam dar a volta à situação" [Adolfo Luxúria Canibal, Revista Magnética, nº 8, Julho 2009]

quarta-feira, abril 22, 2009

Respostas à crise

"nestes tempos de universalização da mentira, dizer a verdade transforma-se num acto revolucionario" -George Orwell
"Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo" -Karl Marx
"Não nos libertamos de um hábito, atirando-o pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada, degrau a degrau" -Mark Twain


Caros amigos,

Estou farto, cansado de fazer parte desta geração 300-500. Que são os valores que hoje os jovens e a generalidade das pessoas auferem como salário a recibos verdes, porque hoje não fazemos parte de empresas, prestamos antes serviços para os nossos patrões à luz do manipulador novo Código do Trabalho aprovado pela maioria socialista e que tanto penaliza os portugueses.

Não sou contra o PS nem contra o governo "socialista" sou antes a favor de uma política socialista que ponha os portugueses em primeiro e antes das empresas. Sou a favor de um projecto de combate à crise e de propóstas concretas e reais para melhorar as condições de vida e o melhor acesso à educação e à saúde. A favor da qualidade de vida com regras e sem abusos por parte dos mesmos que continuam sem sanções e continuam impunes. A este propósito, a Madre Teresa de Calcutá disse brilhantemente esta frase cheia de simbolísmo: "Não me convidem para uma manifestação contra a guerra, convidem-me sim para uma manifestação a favor da paz."

Que estamos em crise, já estamos nós cansados de saber. Adquirido este primeiro ponto, passamos ao segundo, o de apurar o que se tem feito pelos nossos governantes para o combater. Que medidas concretas foram tomadas? Que estratégia de acção de combate à crise foi adoptada?

Socialmente estamos num declínio gigantesco, e o numero de pobres em Portugal já ascende a 2 milhões. Pode a muitos não fazer impressão, mas a mim faz.

Assistimos à ruinosa nacionalização do BPN. Claro que é necessário garantir os depósitos das pessoas, mas o mesmo não se pode verificar no que toca aos fundos de especulação, gestão de furtunas ou aos prejuizos.

A GALP e a EDP, duas recém privatizadas empresas publicas apresentaram 1500 milhões de lucro (MIL E QUINHENTOS MILHÕES DE EUROS DE LUCRO) que ficam nos bolsos do grupo Amorim e de Eduardo do Santos, quando se ainda estivessem nacionalizadas seriam lucros de todos nós. Ao invés decidimos nacionalizar os prejuizos do BPN.

Não querendo cansar ninguem, deixo-vos com o video da entrevista de Mario Crespo a Francisco Louçã, líder do BLOCO DE ESQUERDA, onde se elabora um exercício claro e com propostas concretas e uma estratégia de acção para o país e para o futuro.




MAIS INFORMAÇÕES:


O Bloco de Esquerda (BE), nasceu em 1999 da fusão de três forças políticas: a União Democrática Popular (marxista), o Partido Socialista Revolucionário (trotskista mandelista) e a Política XXI, às quais se juntaram vários outros movimentos posteriormente.
Qualquer uma delas, à época, definiam-se como resultado de processos de crítica em relação ao chamado «comunismo» ou «socialismo real», mantendo a referência comunista através da reflexão e da discussão sobre a actualidade do marxismo. Membro do Secretariado Unificado da IV Internacional, o PSR herdava a tradição trotskista, oposta ao estalinismo; a UDP, geralmente associada ao maoísmo, apresentava-se como desligada de quaisquer referências no campo comunista internacional, posicionando-se em ruptura com todas as experiências de "socialismo real"; a Política XXI resultara, por sua vez, da união de ex-militantes do Partido Comunista Português, pelos herdeiros do MDP-CDE e por independentes. Na formação do Bloco juntaram-se ainda pessoas sem filiação anterior, mas que já haviam mostrado identificar-se com os movimentos indicados, destacando-se, no grupo inicial, Fernando Rosas (a sua antiga filiação no PCTP-MRPP havia acabado há muito).
Desde o início, o Bloco apresentou-se como uma nova força política que não negava a sua origem nos três partidos citados e que tinha uma organização interna democrática, mais baseada na representação dos aderentes do que pelo equilíbrio partidário. A adesão de novos militantes, sem ligação anterior a qualquer um dos partidos originários contribuiu para esse efeito.
O Bloco foi incluindo ainda outros grupos e tendências: desde pequenos grupos políticos, como a Ruptura/FER, até grupos que, não sendo organizações políticas, são grupos de interesse constituídos já dentro do Bloco: mulheres, LGBT, sindicalistas, ambientalistas, etc. O Bloco reivindica a independência destes grupos em relação à política geral do partido.
Entretanto, os partidos constituintes entraram num processo de auto-extinção. A Política XXI já se extinguiu, tornando-se numa associação de reflexão política que se exprime numa das revistas da área do BE, a Manifesto. O PSR também se extinguiu, transformando-se igualmente numa associação que se exprime numa revista, a Combate. Quanto à UDP, foi a última das organizações fundadoras a transformar-se em associação política, no início de 2005. Edita igualmente uma revista, A Comuna.
O Bloco elegeu o seu primeiro deputado europeu, Miguel Portas, em 2004. Nas eleições legislativas portuguesas de 20 de Fevereiro de 2005 teve 8 deputados eleitos. Nas autárquicas do mesmo ano, foi eleita a candidata independente apoiada pelo BE à Câmara Municipal de Salvaterra de Magos que já está de momento a ser investigada por alegada corrupção. Na sua IV Convenção Nacional, o Bloco de Esquerda oficializou Francisco Louçã como porta-voz da Comissão Política.
Já em 2005, foi aprovado pela convenção um conjunto de estatutos, que incluem um código de conduta e prevêm um quadro disciplinar, que anteriormente não existia.
Em 2007, na V Convenção, foram apresentadas 3 moções de orientação política e uma quarta moção crítica apenas em relação ao funcionamento interno do Bloco. Na eleição, por voto secreto, da Mesa Nacional, a lista encabeçada por Francisco Louçã, e que incluía as sensibilidades do PSR, UDP e PXXI, obtém 77,5% dos eleitos, a lista B, encabeçada por Teodósio Alcobia, 5%, a lista C, encabeçada por João Delgado e integrando sindicalistas e membros da Ruptura/FER, 15%, e a lista D, encabeçada por Paulo Silva, 2,5%.




O trotskismo é uma doutrina marxista baseada no pensamento do político e revolucionário ucraniano Leon Trótski. É formulada como teoria política e ideológica e apresentada como vertente do comunismo por oposição ao stalinismo.
Segundo seus seguidores, a ideologia trotskista consiste em defender o marxismo, combatendo a burocracia no Estado Operário que se fortaleceu com a ascensão de Josef Stálin ao poder em 1924 na União Soviética. Dos pontos do marxismo-leninismo, Trótski trabalhou e teorizou a respeito da idéia de Revolução Permanente, sua principal divergência em relação ao pensamento de Stálin, o qual defendia a tese conhecida como "socialismo em um só país". A Teoria da Revolução Permanente defenderia a expansão da revolução para além das fronteiras da União Soviética como prioridade, ao invés do seu fortalecimento interno. No final de sua vida, Leon Trótski fundou a IV Internacional, que após sua morte não conseguiu levar adiante sua luta[carece de fontes?]. Hoje, as diversas correntes políticas que se auto-denominam trotskistas têm alguma origem na IV Internacional

A teoria da “Revolução Permanente” baseia-se na ideia do “desenvolvimento desigual e combinado”. Segundo esta tese, quanto mais atrasado é um país, mais evoluída é a parte mais desenvolvida da sua economia (Trótski considerava que esta era a situação na Rússia dos czares[1]). O raciocínio, aparentemente contra-intuitivo, é de que, se um país começa a se industrializar tarde, irá adoptar as industrias mais modernas existentes na altura, logo, a pouca indústria que terá será altamente desenvolvida. Por exemplo, um país que só recentemente tenha começado a ter ligações telefónicas, terá, em quantidade, poucos telefones, mas esses poucos telefones, em média, serão mais sofisticados que os telefones de um pais que já tenha um sistema telefónico há várias décadas, já que as poucas pessoas que compram telefones irão comprar os telefones que se produzem hoje em dia.
Tal levaria a que, em países semifeudais, a burguesia capitalista, mesmo sem ainda ter derrubado a nobreza, já está em conflito com o proletariado, porque, como a pouca indústria existente é das mais modernas, os conflitos entre patrões e trabalhadores tendem a assumir os mesmos contornos que nos países desenvolvidos (lembremo-nos que Trótski elaborou esta teoria no principio do século XX, uma época em que, nos países industrializados, a luta entre “proletários” e “burgueses” estava na ordem do dia). Assim, a burguesia local estaria entre dois fogos: por um lado, continua submetida ao Antigo Regime, o que a poderia levar a posições revolucionárias (como a burguesia europeia ocidental dos séculos XVIII e XIX); mas, por outro, já sofre a pressão dos trabalhadores, o que a leva a posições conservadoras (como a burguesia europeia ocidental do século XX). Segundo Trótski, quanto mais tarde um país conhecesse o seu arranque industrial, mais conservadora seria a sua burguesia local, já que o medo ao proletariado seria mais forte que a sua oposição à nobreza. Além disso, ao contrário da Inglaterra de 1688, da América de 1776 ou da França de 1789, já não existiria uma vasta classe de pequenos e médios artesãos e comerciantes que pudesse fornecer a “mão-de-obra” para uma revolução burguesa (devido à modernização do sector industrial, o único “povo” disponível – nas cidades – são mesmo os operários).
É aqui que entra em cena a “Revolução Permanente”: segundo Trótski, a burguesia já não é capaz de fazer a sua própria “revolução burguesa”[2], tendo que ser o proletariado a encarregar-se disso [3] (afinal, quem se revoltou contra o czar em 1905 e em Fevereiro de 1917 foi o proletariado de Sampetersburgo). Mas, sendo o proletariado a fazer a “revolução burguesa”, este não se contentará com o programa “liberal-burguês” (i.e, a abolir a monarquia absoluta, liquidar o feudalismo, etc.), e irá logo começar a pôr em prática o “programa socialista” – assim, a revolução é “permanente”, já que, pela sua própria dinâmica, tenderá a evoluir para posições cada vez mais radicais (no caso russo, a revolução começou por ser democrática e republicana e, em poucos meses, tornou-se socialista – aliás, o PREC português teve uma dinâmica semelhante)[

INFORMAÇÃO ADICIONAL:
www.bloco.org/ - A Página Oficial do Bloco de Esquerda. Informações acerca do partido.
www.esquerda.net/ - Portal de informação do Bloco de Esquerda

JUNTA A TUA VOZ AO SENTIMENTO DE MUDANÇA.
POR TI E PELO PAÍS:
http://www.bloco.org/index.php?option=com_mosforms&Itemid=43

Eu ja dei: Aderente BE nº6866

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terça-feira, janeiro 29, 2008

Curriculum Vitae - CV

CURRICULUM VITAE


DADOS PESSOAIS – IDENTIFICAÇÃO

NOME: Ricardo Manuel Antunes Martins

DATA DE NASCIMENTO: 04/04/1982

ESTADO CIVIL: Solteiro

RESIDÊNCIA: R. Frei Tomé de Jesus, nº 14, 1º Dt.º 3000-195 COIMBRA - PORTUGAL

TELEMÓVEL: (+351) 919433374

E-MAIL: libelinha77@hotmail.com


EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Voice Over (voz off)
Locução em anúncios televisivos e publicidade institucional para as câmaras municipais de:
Portalegre, Arouca, Coimbra, Lisboa, Lousã, Vila Verde, Cantanhede, Alvaiázere, Cascais, Beja e Marvão

Locução das campanhas/marcas:
Peugeot (307),
Lojas Fantástico (novas lojas),
TBZ (promoções e campanhas ligadas à AAC/OAF)
Movimento Jovens pelo SIM! (referendo 11 Fevereiro 2007)
Casino Estoril (programação cultural)

Editor/redactor de informação
Desempenho funções de redacção de notícias, reportagens e leitura em directo como pivot na Rádio Universidade de Coimbra (desde 1995)

Escrita de artigos noticiosos e de reportagem para o Jornal Universitário ‘A Cabra’ (desde 2006)

Redactor, fundador do jornal desportivo universitário ‘Santa Cruz’

Editor/redactor dos blogues: Futebol de Ataque, Rapazes de preto, Pardalitos do Choupal e Simplesmente Briosa.

Animação de eventos
Animador e speaker do Estádio Cidade de Coimbra. (Inauguração e primeiros jogos oficiais aí realizados)

Animação e speaker da Rugby Challege Cup. (Partidas realizadas em Portugal em 2005, 2006 e 2007)

Animador do Red Bull Gravity Challenge 2007, realizado em Portugal pela primeira vez.

Animador de pavilhão nos jogos de futsal da Académica. (2006)



Coordenador de media no Euro2004 (Estádio Cidade de Coimbra)
Desempenhei funções de acompanhamento personalizado da imprensa inglesa, francesa e suíça, fazendo a ponte entre a entidade organizadora do evento (FPFP/UEFA) e os jornalistas. Assessoria e prestação de informações sobre o evento e selecções que acompanhavam.



Narração desportiva
Relatador e chefe de equipa de reportagem dos jogos de futebol da Associação Académica de Coimbra/OAF na Primeira Liga, Superliga e Bwin Liga. (desde 2000)




Representação
Cinema: Esquece tudo o que te disse de António Ferreira, Paulo Branco, Madragoa Filmes 2002

Teatro: Coimbra Pressentida do Projecto BUH!, com encenação de Carlos Curto no âmbito da: Coimbra, Capital nacional da Cultura 2003

Televisão: Figuração especial num episódio de O Crime não compensa, apresentado por José Figueiras, SIC, 2003




Distribuidor/funcionário CTTexpresso
Divisão, distribuição e encaminhamento de objectos e encomendas por códigos postais da rede nacional de correio. Contrato de férias. (Julho, Agosto e Setembro de 2007)



FORMAÇÃO ACADÉMICA, PROFISSIONAL E COMPLEMENTAR


12º Ano de escolaridade, vertente de Humanidades.

Frequência de quatro anos no curso de Direito da Universidade de Coimbra.

Actualmente no último ano do curso de Jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.



Curso de informação, programação (animação e DJ) e locução pela Rádio Universidade de Coimbra.



Workshops/Seminários/Colóquios/Conferências
As novas tecnologias da comunicação – ESEC – Oradores: Vítor Serpa (Jornal ‘A Bola’, Jorge Pelicano (SIC e TVI), Hugo Sousa (SIC e TVI)

Rumos do jornalismo desportivo – AFC/CMC – Oradores: Rui Orlando (SportTV), Victor Manuel (treinador), Sansão Coelho (jornalista)

Portugal, a Europa e o Direito Comunitário – FDUC – Oradores: Prof. Doutor Jorge Miranda (constitucionalista/professor universitário), Prof. Doutor Gomes Canotilho (constitucionalista/professor universitário)

Representação – CITAC

Fotografia – Escola Animal – Paulo Bernachina

Formação musical – Guitarra clássica (David Lopes da Cruz); guitarra portuguesa (Paulo Soares); Coro e canto –Conservatório de Música de Coimbra


APTIDÕES E COMPETÊNCIAS PESSOAIS

Competências linguísticas:
Inglês – Conversação, compreensão e escrita de nível superior (10 anos)
Alemão – Nível básico de conversação, compreensão e escrita (3 anos)
Espanhol – Nível elevado de conversação, compreensão e escrita
Italiano e Francês – Nível rudimentar de escrita e básico de conversação e compreensão

Competências informáticas:
Nível elevado de utilização e conhecimento dos recursos da internet e necessidades relacionadas com a sua navegação

Nível intermédio/avançado na construção de sites na linguagem de programação HTML/CSS

Nível elevado de design gráfico e web design: Photoshop CS2, 3D GIF animation, Web banners and buttons.

Facilidade de utilização dos programas do Office: Word e Powerpoint.


Carta de Condução:
Modelo B1 e B (10/07/2006)





INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Sócio nº 4222 da Associação Académica de Coimbra/OAF.

Músico da banda Fitacola. (baixo e coros)




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Ricardo Martins

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segunda-feira, janeiro 21, 2008

IGNITE
Our Darkest Days
2006, Century Media

A sua longevidade e fidelidade aos argumentos de sempre, fazem com que esta banda deixe cair o adjectivo de New School e passe a ser uma referencia da Velha Escola que cada vez mais se impõe numa fase em que a linha entre o que é sincero e fútil na música está cada vez mais marcada. Os Ignite continuam a saborear o estado de graça que Our Darkest Days, o seu último longa duração de originais, lhes proporcionou. Estamos no primeiro semestre de 2008, e o que é certo é que o sucesso deste álbum, que data de 2006, ainda não os deixou sair da estrada. As Tours internacionais sucedem-se e a banda está com o saudável problema de falta de tempo para se concentrar na composição de um novo álbum. Apesar de só agora atingirem as luzes da ribalta e se confirmarem como uma das vozes principais da cena hardcore, os Ignite são das bandas activas que há mais anos batalha neste campo. Todo o esforço e todo o trabalho desenvolvido ao longo destes anos compensou e a banda colhe agora os frutos deste trabalho, ao mesmo tempo que semeia e espalha a mensagem e os valores que tem feito a imagem da banda desde sempre. Muito do recente sucesso do hardcore actualmente se deve à condição sociológica actual e à premente falta de valores e nihilismo em que a sociedade se encontra mergulhada, daí que busque nos valores e mensagem dos Ignite, uma fonte de identificação e enriquecimento. Solidariedade, fraternidade, respeito e inconformismo são uma constante nas letras de Our Darkest Days que traça uma linha muito ténue entre a raiva e a força de algumas letras com a emotividade de temas mais sensíveis noutras, numa dicotomia perfeita que explica o brilhantismo e todo o sucesso que a banda atingiu com este álbum. Das 13 faixas, Let it burn e My judgement day são temas bandeira deste álbum, que é culminado com uma versão arrepiante de Sunday Bloody Sunday dos U2 onde a banda joga com a raiva da musicalidade e o dramatismo da letra. Uma banda a não perder na sua passagem por Portugal. Esta nova voz do hardcore era afinal uma voz que esteve sempre presente.


THE SLACKERS
The Boss Harmony Sessions
2007, Special Potato

Formados em 1991, Brooklin, Nova Iorque, os The Slackers são uma referência a nível mundial do ska tradicional que vem dos anos 40 dos ballroom jamaicanos, onde as big bands de Prince Buster, Skatalites, Laurel Aitken, Culture ou Desmond Dekker faziam história na musica, e sem saber abriam mentalidades, fechavam outras e acabaram por por o dedo numa ferida social do mundo de então. A sua origem no ghetto negro de Brooklin é um reflexo desta exportação mundial do ska. O sexteto norte-americano tem tido ao longo destes 17 anos, uma carreia profícua com muitos álbuns editados, sendo que o seu período dourado coincidiu com a fase em que os seus álbuns eram editados pela Hellcat Records de Tim Armstrong e cuja máquina de divulgação tornou os novaiorquinos numa banda de culto com fãs um pouco por todo o mundo. O ponto forte dos Slackers está precisamente nas actuações ao vivo. Ninguém consegue ficar indiferente. O seu ska a respeitar as formalidades de origem com uma atitude sempre espontânea faz de cada concerto uma festa. Depois de terem vindo ao nosso país em 2005, regressam agora 3 anos depois com este álbum, The Boss Harmony Sessions e com a possibilidade de nos apresentarem o seu novo álbum, Self Medication. Muitos atractivos para um concerto a não perder no regresso da banda de Vic Ruggiero ao nosso país.


FROM AUTUMN TO ASHES
Holding A Wolf By The Ears
2007, Vagrant

A Big Apple está mais viva que nunca. Nova Iorque, a capital do hardcore continua a dar grandes bandas ao mundo da musica. Os From Autumn To Ashes completam este ano, 8 de existência, e o seu MySpace retribui cada ano em milhões de ouvintes. Contas feitas, a somatório de plays online desta banda atinge o número assustador de cerca de 8 milhões. Holding A Wolf By The Ears é o mais recente trabalho do quinteto de Long Island, NY, aclamado pela crítica especializada como um dos melhores do ano passado, o que lhe vale o estatuto de pioneiros nesta nova era do hardcore com infusões emo e screamo. São 12 temas plenos de sentimento e profundidade em cada acorde e em cada palavra, onde Daylight Slavings ou Pioneers fazem as delícias dos fãs da banda. Os FATA (From Autumn To Ashes), começam a agigantar-se à medida em que vão esgotando a capacidade das salas onde tocam e por manifestações de fãs que acabou por levar a banda a decidir gravar um longa duração ao vivo, com os temas mais emblemáticos do quinteto novaiorquino. Recomenda-se vivamente este álbum, Holding A Wolf By The Ears, um dos melhores do ano e que continua a ser um sucesso da banda nas tours mundiais.


GOOD RIDDANCE
Remain In Memory – The Final Show
2008, Fat Wreck Chords

Chegou ao fim a aventura dos bravos liderados por Russ Rankin, uma luta que durou 11 anos, desde 1986 a 2007. Mais precisamente 27 de Maio de 2007, data em que depois de anunciarem publicamente o fim da banda, deram o seu último concerto na cidade natal de Santa Cruz, concerto que foi gravado pela editora e que fecha com chave de ouro a intervenção no activo do quarteto californiano que milita entre o punk e o hardcore. Fora do palco a banda defendia ogulhosamente o ambientalismo, direitos dos animais e todos os membros eram vegetarianos ou vegan. Russ Rankin é mesmo uma das caras do Partido Verde americano onde de resto militam também outros membros da banda. Ao registo ao vivo, a banda deu o nome de ‘Remain In Memory’, que em jeito de epitáfio, funciona como um best of ou compilação dos temas mais marcantes da carreira desta banda histórica. Os concertos dos Good Riddance sempre foram marcadamente intensos e com muito temas emblemáticos e sing along. Neste caso, por ser o último concerto da banda, os fãs compareceram à chamada e todas as musicas transpiram muito suor e muitas lágrimas, naquela que foi a despedida em grande da banda. ‘Remain In Memory’ não esconde toda a emoção que se viveu no concerto e espelha os sentimentos da banda e público ao longo do concerto enquanto os clássicos da banda eram cantados a plenos pulmões. ‘Remain In Memory’ é mais que um álbum. Conta um pouco da história do punk e hardcore americano sob o olhar dos Good Riddance, uma banda emblemática que de forma tão pessoal ligou o aspecto musical ao social e político. Obrigatório.

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domingo, janeiro 20, 2008

Reviews de álbuns de música de 2007

Voodoo Glow Skuls
Southern Califórnia Street Music (2007) –Victory Records

A formula de sucesso já não é nova e sobreviveu a 3 décadas até aos nossos dias. Os Voodoo Glow Skulls, liderados pelo clã Casillas, entram em 2008, com o seu mais recente álbum, entitulado Southern Califórnia Street Music, ainda quentinho. O sexteto norte-americano apresenta-se na melhor forma e brinda-nos com 12 faixas que são...mais do mesmo, ou seja, o mais rebelde, puro e agressivo skacore. Conservada, possivelmente em tequilla do sul da Califórnia, a third wave ska dos anos 90 (Voodoo Glow Skulls, Catch 22, Mighty Mighty Bosstones, Mustard Plug) chega até hoje pela mão dos Voodoo Glow Skulls no seu estado puro, que se mantiveram ao longo de todos estes anos, fieis a seu som altamente energético e contagiante. Com um tipo de som que hoje se torna uma raridade, por ter sobrevivido à marca do tempo, autêntico e endogénico, Southern Califórnia Street Music traz-nos o melhor do skacore em 12 faixas de pura adrenalina, em que o sexteto faz jus às suas raízes hispânicas numa região de forte implantação da cultura latina de onde a temática e influência das ruas estão bem presentes. Aguardamos, assim, a vinda dos Voodoo Glow Skulls a Portugal, com este grande álbum, Southern California Street Music. Qualidade garantida pela Victory Records. Para quem ainda não conhece, desaconselha-se vivamente. Risco de ficar contagiado.



A Wilhelm Scream
Career Suicide (2007) Nitro Records

A disputar a fronteira entre o punk rock e o post-hardcore, Career Suicide veio trazer aos A Wilhelm Scream uma notoriedade pública muito além daquela que tinham até então. Os norte-americanos foram ganhando espaço mais pelas suas participações nas bandas sonoras e arranjos musicais de filmes de acção e de terror do que propriamente pela sua carreira discográfica. Certo é que Career Suicide tirou a banda de Nuno Pereira, Trevor Reilly, Nicholas Angelini e do canadiano Brian Robinson do circuito underground. Apesar do sucesso e do galopante numero de fãs que conquistaram com Career Suicide, a banda mantem-se fiel às origens e com o mesmo espírito intenso e de interacção com o publico que traziam dos clubes. Career Suicide é um álbum que funde a rebeldia punk com uma sonoridade post-hardcore com laivos de metal proporcionados pelos floreados das guitarras ao longo de 13 faixas plenas de objectividade. Os concertos são de grande intensidade, próprios de uma banda de culto habituada ao circuito dos clubes e salas de pequena e média dimensão, e juntam componentes pouco prováveis como a agressividade e sinceridade próprias do hardcore com um humor hilariante e irónico. 2008 entrou em grande para os A Wilhelm Scream, com uma extensa tour europeia que se vai prolongar pelo primeiro semestre do ano. Quem sabe, não os possamos ver ao vivo.



Madball
Infiltrate The System (2007) Ferret Music

São os Reis, num reinado denominado por eles: New York Hardcore. Depois de muitas críticas a apontar a decadência inevitável da banda, Legacy em 2005 veio acabar com as dúvidas sobre a capacidade infinita da mítica banda novaiorquina. Ainda assim, os Madball nunca conseguiram atingir um nível de topo no que toca a qualidade sonora dos seus registos fonográficos, o que evidentemente impediu a banda de atingir patamares muito mais elevados e consentâneos com o valor real da banda. Infiltrate The System foi a resposta capital da banda a tudo isto com 13 faixas de qualidade superior. A nível de qualidade sonora catapultou a banda para o topo, de onde ostentam a orgulhosa coroa de reis do hardcore, deixando bem alta a fasquia no que toca a qualidade de gravação, já que Infiltrate The System prima nesse sentido e coloca-se entre os melhores do género. Este álbum, apesar de surgir numa fase de veterania da carreira dos Madball, apresenta muitas novidades eo estilo tradicional da banda de Nova Iorque, a começar pela imagem com que a banda se apresenta e pelo artwork mais sóbrio e maduro, evitando os clichés recorrentes da cena em apresentar posturas agressivas ou de rua. A nível musical e de composição, os Madball estão no topo. A nova formação veio suprir algumas carências técnicas do grupo e acrescentar uma capacidade musical impar à banda. Quem os segura agora? Infiltrate The System, sem dúvida um must have para qualquer apreciador de hardcore.



CPM 22
Cidade Cinza (2007) Arsenal Music

São um caso sério de popularidade no país irmão e não param de crescer. Cidade Cinza é o sucessor de Felicidade Instantânea (2005), sendo que para muitos é mesmo como que um prolongamento do álbum anterior ou até mesmo uma colectânea de lados B que foram excluídos do prévio. Cidade Cinza reflecte a emotividade do jovem brasileiro normal que cresce em São Paulo, a cidade cinza, com todos os problemas emocionais e sociais a isso inerentes, focando mesmo o isolamento e triste solidão que se vive numa metrópole com quase 20 milhões de pessoas. Ao longo dos 12 temas de Cidade Cinza podemos encontrar um pouco de tudo isto. Desde músicas a transbordar de sentimentalismo com letras fortes, no seguimento do álbum anterior, passando por musicas rápidas com o espírito radical juvenil de sempre desta banda paulista, até às grandes surpresas do álbum: Maldita Herança e Tempestade de Facas, onde os CPM 22 nos mostram um lado de raiva explosiva e inconformismo até agora escondidos, talvez, na progressiva entrada da banda por sons mais densos e atmosferas musicais mais pesadas. Cidade Cinza reúne, assim, todos os condimentos de um grande álbum, que apesar de não ‘entrar’ à primeira, irá sem dúvida levar a banda a voos mais altos e a conquistar outros públicos onde até agora não chegava.

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quarta-feira, julho 27, 2005

A SuperLiga

"Qual o mais forte candidato ao título desta época - e porquê?"

Quem será o próximo campeão? A complexidade da questão é comparável com a competitividade que se vive por esta altura no futebol português. Apesar dos arautos da desgraça quererem empurrar o nosso futebol para a mediocridade e de insistirem que o campeonato se está a nivelar por baixo, os factos parecem querer demonstrar o oposto. Uma Taça UEFA, uma vitória na Liga dos Campeões, uma final do Euro2004, uma final da Taça UEFA... Quer a nível de clubes, quer a nível de selecções estamos a viver uma das melhores fases do nosso futebol, que se reflecte no estado de excitação colectivo dos adeptos e na ansiedade em torno da próxima época.
Na gíria da pesca, o defeso é uma altura em que se suspende o período piscatório para permitir a renovação e crescimento das espécies. Tambem no futebol falamos em defeso, pois tambem é necessário este período de descanso dos atletas e renovação dos clubes para melhor se preparar o 'ataque' à época que se segue. E muita mudança houve nesta fase...


O segredo vem da Flandres.

Porto e Benfica adoptaram uma estratégia comum no que toca à voz de comando, preferindo treinadores Holandeses. Para os 'encarnados', Koeman assenta como uma luva. Mantem-se o esqueleto campeão e a estratégia do futebol de pé para pé sempre à flor da relva e com os olhos postos na baliza, mas deixando algum espaço aos rasgos de génio em jogadas individuais. Koeman é um treinador que gosta de apostar nos jovens, na formação e no ataque. Está a nascer um Benfica mais à Benfica que o Benfica de Trapp. Imperativo continua a ser a contratação de um ponta-de-lança de classe internacional que funcione como a grande referencia no ataque 'encarnado'. Talvez as novidades surjam no que toca à amizade de Koeman e Rijkaard e o avançado que se pretenda venha da Catalunha. Quanto a contratações, Karyaka será uma boa opção para uma posição em que o Benfica foi débil em anos anteriores. A grande nota vai para Beto, um poço de força, um incansável, um guerreiro no meio campo. Beto, Manuel Fernandes e Petit, 3 galos de peso para um poleiro onde só deverá haver espaço para 2. Interessante será tambem ver como Koeman fará a utilização dos jogadores jovens e dos ex-juniores. As bases para revalidação do título são fortes e a equipa, sustentada pelo bom projecto de Luis Filipe Vieira e de Koeman surge com maiores hipoteses e capacidade que em outros anos.


O Homem do 'Punho de Ferro'

De Alkmaar para o Dragão, Co Adriaanse parece ser o homem certo para a missão dos 'azuis e brancos'. De repente o esmagador Porto perdeu tudo aquilo que o torna autêntico: um colectivo sólido, forte, unido, batalhador e acima de tudo, disciplinado... Adriaanse afigura-se, para já, como a escolha certa, mais um 'tiro' em cheio de Pinto da Costa. O Holandês tem demonstrado um método de trabalho muito rigido com vista a uma disciplina imaculada. Parece renascer o ideal dos anos 80 e 90 do 'jogador à Porto', um jogador que se entrega braviamente em cada lance em prol de um ideal, do colectivo e da camisola. Pretende-se um estilo de jogo em equipa, onde as jogadas individuais estão postas de parte. Leo Lima e Leandro do Bonfim já pagaram o preço do metodo de Adriaanse. Quaresma e Diego poderão sentir algumas dificuldades para 'agarrar' um lugar entre os 11 operários de Adriaanse. Os reforços, foram maioritariamente de construção ofensiva: Anderson, Lisandro e Lucho Gonzales vieram acrescentar uma classe e qualidade superiora na equipa do Porto, principalmente Lucho que pudemos ver fazer a imprensa esgotar os adjectivos na Taça das Confederações. A luta pelo título será mais forte que na época passada e acima de tudo será mais sólida. Caso os 'portistas' peguem a liderança de estaca prematuramente será muito dificil retirarem-lha. Mas parece algo desequilibrado o plantel portista. Nuns sectores ha carências e noutros excessos, mas uma coisa é certa, a qualidade é até perder de vista.


Um passo atrás para dar dois em frente?

O Sporting é dos 'grandes' o único que parece ter-se despido de jogadores de qualidade em troca de jogadores medianos. Saíram Pedro Barbosa e Rui Jorge, dois símbolos do clube de Alvalade, cuja experiência e veterania são sempre de extrema ultilidade num plantel. Entram Manoel e Tonel... não querendo por em causa a qualidade dos jogadores, são atletas claramente de clubes de meio da tabela, jogadores vulgares e de qualidade mediana, facilmente substituiveis. Parecem a primeira vista mediocrizar a equipa em vez de a reforçar. Talvez a estratégia de Peseiro passe antes por este tipo de jogadores cheios de vontade de vencer e de lutar para atingir o sucesso. A chave será Liedson, Liedson e Liedson. O segredo continua a ser a capacidade de Peseiro em pôr o Sporting a jogar bem e bonito suportado por um meio-campo de combate e grande produção ofensiva onde a jovem estrela, João Moutinho, vai ganhar ainda mais preponderância na manobra da equipa. Uma equipa onde Varela, Nani e Semedo poderão fazer parte das contas. A chegada 'triunfal' de Deivid parece empurrar Pinilla para mais uma época de obscuridade. A solidez deste Sporting deve-se, e muito, às unidades de meio-campo, onde Custódio e Rochemback podem desde já passar a contar com a concorrência do recem chegado Luis Loureiro. À partida, são os 'leões' os mais fracos contendores ao título 2005/2006.


Sempre a crescer.

Enquanto o Boavista parece mais fraco, embora o comando de Carlos Brito os possa levar mais longe, Belenenses e Guimarâes aparecem, às portas da SuperLiga recheados de bons valores e um plantel forte, com a esperança numa Europa de sonhos. Na Académica, o projecto liderado por Nelo Vingada é claramente de luta pela Europa, mas em Coimbra, UEFA é sigla que não consta no vocabulário de ninguem. Há que ter em conta estes emblemas, pois serão estes, coadjuvados pelos clubes da Madeira que vão baralhar as contas da SuperLiga e torná-la naquilo que todos esperamos: um espetáculo!


A aposta.

Fazendo todos os pesos e medidas é quase impossivél arriscar. Os pequenos vão superar-se em cada jogo contra os candidatos ao título. Os jogos entre os grandes vão ser decisivos e aí a frieza do esquema de Adriaanse poderá desequilibrar as contas do título a favor do Futebol Clube do Porto. Uma coisa é certa; Grande campeonato que aí vem!

Ricardo Martins